domingo, 20 de junho de 2010

Coisas aleatórias

Ronnie Gardner, um nome praticamente desconhecido para o mundo até há coisa de uma ou duas semanas. E qual o porquê do seu nome vir à ribalta, ele não inventou a cura para a SIDA, não descobriu se havia vida em Marte, pura e simplesmente pediu que a sua morte (uma vez que ele fora condenado à morte e executado anteontem) fosse através de um pelotão de fuzilamento no Utah, estado que proibiu este tipo de execução em 2004, mas, uma vez que os crimes são anteriores a essa data, ainda foi possível que a morte por fuzilamento fosse admitida, para este ser humano.
Sendo eu totalmente contra a pena de morte, uma vez que considero possível errar, o que em caso de morte, torna a pena irreversível, penso: "Este senhor é condenado à morte por ter matado duas pessoas, e o juiz que o condenou à morte? Também não está a matar? O pelotão que o executou? Também não está a matar?".
A resposta é tão simples quanto um "Sim", mas uma vez que essa morte está ao "abrigo da lei", não conta como homícidio... Nesse caso, peço que me expliquem o que é um homícidio, pois eu pensava que se tratava de homícidio quando uma pessoa, directa ou indirectamente mata outra.
Todo este texto para deixar no ar as seguintes questões:

-Achar-se-á um homem, ou um conjunto de homens e mulheres (o juri) donos da verdade, do saber e do direito a escolher quem deve viver ou morrer?

-Até que ponto serão diferentes quem mata "só porque sim", quem mata porque foi ordenado pelo juíz (quer seja quem dispara a arma no pelotão de fuzilamento, quem liga a electricidade da cadeira eléctrica ou quem injecta nas veias a mistura letal da chamada "injecção letal") e quem, ao abrigo da lei dá ordem a que a pessoa seja assassinada (e digo assassinada porque é disso que se trata, provocar a morte a alguém)?

Concluo apenas que, felizmente, Portugal foi o primeiro país do mundo a abolir a pena de morte e a escravatura, faz-nos ver a nós, portugueses que tão mal falamos do nosso país, que nem sempre andamos à boleia dos outros países.



*Nota: Este texto não está escrito segundo as regras do novo acordo ortográfico.

Sem comentários:

Enviar um comentário